A Unidade
Básica de Saúde de Pracinha, por meio da Vigilância Epidemiológica, informou na
tarde de quinta-feira, 02 de fevereiro, que foi confirmado o primeiro caso
de DENGUE de um morador da cidade que adquiriu a doença em Pracinha. No ano
de 2016 foi registrado apenas 01 caso de dengue na cidade, porém um caso de
dengue importado, de um paciente que adquiriu a doença em outro município. A
vigilância epidemiológica informa que esta sendo realizado um trabalho
preventivo chamado “CASA CASA IDENTIFICAÇÃO” aos
sábados, quinzenalmente, nas residências com serviços de orientação, vistoria
dos quintas, recolhimento de entulhos, e a rotina dos agentes comunitários de
saúde para vistoria de quintais, bloqueio em caso de suspeita e após
confirmação da doença e orientação a população.
A dengue uma doença
viral, transmitida pelo Aedes aegypti que é um mosquito doméstico, que vive
dentro de casa e perto do homem. Ele tem hábitos diurnos e alimenta-se de
sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. A reprodução acontece em
água limpa e parada, a partir da postura de ovos pelas fêmeas. Os ovos são
colocados em água limpa e parada e distribuídos por diversos criadouros –
estratégia que garante a dispersão da espécie. Se a fêmea estiver infectada
pelo vírus da dengue quando realizar a postura de ovos, há a possibilidade de
as larvas já nascerem com o vírus – a chamada transmissão vertical. A fêmea
precisa de sangue para a produção de ovos. Tanto o macho quanto a fêmea se
alimentam de substâncias que contêm açúcar (néctar, seiva, entre outros), mas
como o macho não produz ovos, não necessita de sangue. O
mosquito fêmea suga sangue para produzir ovos. Se o mosquito da dengue
estiver infectivo, poderá transmitir o vírus da
dengue neste processo. Em geral, mosquitos sugam uma só pessoa a cada lote de
ovos que produzem. Mas ele é capaz de picar mais de uma pessoa para um mesmo
lote de ovos que produz. Há relato de que um só mosquito da dengue infectivo transmitiu dengue para cinco pessoas de uma mesma
família, no mesmo dia.
No Brasil, a dengue foi identificada pela
primeira vez em 1986. A principal forma de
transmissão é pela picada dos mosquitos Aedes aegypti. Há registros de
transmissão vertical (gestante - bebê) e por transfusão de sangue.
Existem quatro tipos diferentes de vírus do dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.
A
infecção por
dengue pode ser assintomática, leve ou causar doença grave, levando à morte.
Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de
início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça,
dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos,
erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Na fase
febril inicial da doença pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da
doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes,
sangramento de mucosas, entre outros sintomas.
Ao apresentar os
sintomas, é importante procurar um serviço de saúde.
Não existe tratamento específico para dengue. O tratamento é
feito para aliviar os sintomas Quando aparecer os sintomas, é importante
procurar um serviço de saúde mais próximo, fazer repouso e ingerir bastante
líquido. Importante não tomar medicamentos por conta própria.
Ainda não existe vacina ou medicamentos contra dengue.
Portanto, a única forma de prevenção é acabar com o mosquito, mantendo o
domicílio sempre limpo, eliminando os possíveis criadouros. Roupas que
minimizem a exposição da pele durante o dia, quando os mosquitos são mais
ativos, proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser adotadas
principalmente durante surtos. Repelentes e inseticidas também podem ser
usados, seguindo as instruções do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa
proteção pra aqueles que dormem durante o dia (por exemplo: bebês, pessoas
acamadas e trabalhadores noturnos).
A
Febre Chikungunya é uma doença transmitida pelos
mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. No Brasil, a circulação do vírus foi
identificada pela primeira vez em 2014. Chikungunya
significa "aqueles que se dobram" em swahili, um dos idiomas da Tanzânia.
Refere-se à aparência curvada dos pacientes que foram atendidos na primeira
epidemia documentada, na Tanzânia, localizada no leste da África, entre 1952 e
1953.
Os principais sintomas são febre alta de início rápido, dores
intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos.
Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na
pele. Não é possível ter chikungunya mais de uma vez.
Depois de infectada, a pessoa fica imune pelo resto da vida. Os sintomas
iniciam entre dois e doze dias após a picada do mosquito. O mosquito adquire o
vírus CHIKV ao picar uma pessoa infectada, durante o período em que o vírus
está presente no organismo infectado. Cerca de 30% dos casos não apresentam
sintomas.
Não existe vacina ou tratamento específico para Chikungunya. Os sintomas são tratados com medicação para a
febre (paracetamol) e as dores articulares (antiinflamatórios).
Não é recomendado usar o ácido acetil salicílico
(AAS) devido ao risco de hemorragia. Recomenda‐se repouso absoluto
ao paciente, que deve beber líquidos em abundância.
Assim
como a dengue, é fundamental que as pessoas reforcem as medidas de eliminação
dos criadouros de mosquitos nas suas casas e na vizinhança.
O Zika é um vírus transmitido pelo Aedes aegypti e identificado pela
primeira vez no Brasil em abril de 2015. O vírus Zika
recebeu a mesma denominação do local de origem de sua identificação em 1947,
após detecção em macacos sentinelas para monitoramento da febre amarela, na
floresta Zika, em Uganda.
Cerca
de 80% das pessoas infectadas pelo vírus Zika não
desenvolvem manifestações clínicas. Os principais sintomas são dor de cabeça,
febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e
vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo,
dor de garganta, tosse e vômitos. No geral, a evolução da doença é benigna e os
sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. No entanto, a dor nas
articulações pode persistir por aproximadamente um mês. Formas graves e
atípicas são raras, mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, evoluir para
óbito, como identificado no mês de novembro de 2015, pela primeira vez na história.
O principal modo de transmissão descrito do vírus é pela
picada do Aedes aegypti. Outras possíveis
formas de transmissão do vírus Zika precisam ser
avaliadas com mais profundidade, com base em estudos científicos. É crescente a
evidência de que o vírus pode ser sexualmente transmissível.
Não
existe tratamento específico para a infecção pelo vírus Zika.
Também não há vacina contra o vírus. O tratamento recomendado para os casos
sintomáticos é baseado no uso de acetaminofeno
(paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e manejo da dor. Não se
recomenda o uso de ácido acetilsalicílico (AAS) e outros anti-inflamatórios, em
função do risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas infecções
por outros flavivírus. Os casos suspeitos devem ser
tratados como dengue, devido à sua maior frequência e gravidade conhecida.
Prevenção/Proteção
Utilize telas em janelas e portas, use roupas
compridas – calças e blusas – e, se vestir roupas que deixem áreas do corpo
expostas, aplique repelente nessas áreas. Fique,
preferencialmente, em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras
barreiras disponíveis. Pratique
sexo seguro.
Entre pessoas infectadas pelo vírus Zika
(adultos e crianças), cerca de 80% não desenvolvem sintomas, sejam adultos ou
crianças. Dentre essas pessoas, apenas uma pequena parcela pode vir a
desenvolver algum tipo de complicação, que deverá ser avaliada pelos médicos,
uma vez que o Zika é uma doença nova e suas
complicações ainda não foram descritas.
Com base na crescente evidência de que o vírus pode ser
sexualmente transmissível, em maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
divulgou o guia interino de prevenção da transmissão sexual do vírus Zika. A OMS recomenda, dentre outras medidas, a prática de
sexo seguro por mulheres gestantes que vivem em áreas de alta transmissão do
vírus. Outros vírus parecidos com o Zika geram imunidade
para a vida inteira. Quem já teve dengue pelo vírus 1,
por exemplo, não voltará a ter pelo mesmo vírus. O mesmo acontece com a febre
amarela. Porém, ainda não há estudos suficientes para afirmar isso em relação
ao vírus Zika.
Vírus Zika X Microcefalia
Microcefalia é uma malformação congênita, em que o cérebro
não se desenvolve de maneira adequada. Essa malformação congênita pode ser
efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas
e agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação. A
Organização Mundial da Saúde padroniza as definições segundo os seguintes
pontos de corte: microcefalia: recém-nascidos com um perímetro cefálico
inferior a 2 desvios-padrão, ou seja, mais de 2
desvios-padrão abaixo da média para idade gestacional e sexo; microcefalia
grave: recém-nascidos com um perímetro cefálico inferior a 3 desvios-padrão, ou
seja, mais de 3 desvios-padrão abaixo da média para idade gestacional e sexo.
O Ministério da Saúde confirmou a relação entre o vírus Zika e a microcefalia.
Após o nascimento do recém-nascido,
o primeiro exame físico é rotina nos berçários e deve ser feito em até 24 horas
do nascimento. A OMS recomenda que o perímetro cefálico seja medido entre 24
horas após o nascimento e até o 6º dia de vida.
Este período é um dos principais momentos para se realizar busca ativa de
possíveis anomalias congênitas. Entretanto, somente o médico que está
acompanhando a grávida poderá indicar o método de imagem mais adequado.
Ao nascimento, os bebês com suspeita de microcefalia serão submetidos a exame
físico e medição do perímetro cefálico. Eles serão submetidos a exames
neurológicos e de imagem, sendo a Ultrassonografia Transfontanela
a primeira opção indicada e a tomografia, quando a moleira estiver fechada.
Entre os prematuros, são considerados microcefálicos os nascidos com perímetro
cefálico menor que dois desvios padrões.
Não
há tratamento específico para a microcefalia. Existem ações de suporte que
podem auxiliar no desenvolvimento do bebê e da criança, e este acompanhamento é
preconizado pelo Sistema Único da Saúde (SUS).
A estimulação precoce visa à maximização do potencial de cada criança,
englobando o crescimento físico e a maturação neurológica, comportamental,
cognitiva, social e afetiva, que poderão ser prejudicados pela microcefalia.
Os nascidos com microcefalia receberão a estimulação precoce em serviços de
reabilitação distribuídos em todo o país, nos Centros
Especializado de Reabilitação (CER), Núcleo de Apoio à Saúde da Família
(NASF) e Ambulatórios de Seguimento de Recém-Nascidos.
Cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. O tipo e o nível de gravidade da sequela vão variar caso a caso. Tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida. Pelo relatado dos casos até o momento, as gestantes cujos bebês desenvolveram a microcefalia tiveram sintomas do vírus Zika
no primeiro trimestre da gravidez. No entanto, o cuidado para não entrar em contato com o mosquito Aedes aegypti é para todo o período da gestação.
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